Websérie “Punho Negro” retrata o cotidiano de uma super-heroína negra
- naomekahlo
- 9 de mar. de 2018
- 3 min de leitura
De forma bem-humorada, a websériebaiana traz à tona questões sobre representatividade e racismo

Uma heroína negra com cabelo black, casada, mãe de dois filhos, é a protagonista da websérie Punho Negro, lançada no dia 8 de março no Facebook e Youtube. Buscando trazer representatividade e discutir sobre racismo e as pressões sociais que a mulher sofre no dia a dia, a série traz uma protagonista diferente para o universo dos heróis, majoritariamente masculino e branco. Na série, Tereza é uma mulher que passa o dia enfrentando vilões ao se transformar na justiceira Punho Negro, mas ser uma heroína e ter superforça não elimina as cobranças para cuidar da casa, do marido e dos filhos. No seu dia-a-dia Tereza precisa conciliar sua carreira de heroína com os desafios da vida pessoal.
A série será exibida em sua página do Facebook e no seu canal do Youtube, com lançamento quinzenal de novos episódios, além de ter uma conta no Instagram criada e administrada pela própria personagem, onde ela posta fotos e fala sobre suas experiências como heroína. A proposta é que através destes canais o público possa interagir constantemente e ajudar a construir os próximos passos da personagem e para além disso, discutam e reflitam acerca dos temas abordados.
A série será exibida em sua página do Facebook e no seu canal do Youtube, com lançamento quinzenal de novos episódios, além de ter uma conta no Instagram criada e administrada pela própria personagem, onde ela posta fotos e fala sobre suas experiências como heroína. A proposta é que através destes canais o público possa interagir constantemente e ajudar a construir os próximos passos da personagem e para além disso, discutam e reflitam acerca dos temas abordados.

Representatividade
Com o sucesso do filme Pantera Negra, fica evidente a lacuna que ainda precisa ser preenchida quando se fala de representatividade do povo negro no cenário audiovisual, e quando se trata da mulher negra essa lacuna se torna ainda maior. Dentre a enxurrada de filmes de heróis produzida nos últimos anos, são pouquíssimos os protagonizados por mulheres, e se formos olhar para as mulheres negras, será difícil encontrá-las até mesmo entre os personagens secundários. Mesmo um filme recente protagonizado por uma heroína como a Mulher Maravilha e aclamado por seu posicionamento feminista, apresenta um protagonismo branco com uma personagem bem distanciada da realidade das mulheres comuns. Nesse ponto a websérie surge como reflexo do momento que estamos vivendo nos últimos anos, de mulheres negras reivindicando e ocupando espaços de direitos que há muito tempo lhes foram cerceados. A heroína representa inúmeras destas pessoas que pouco se enxergam nas produções audiovisuais e irá travar discussões acerca do papel da mulher, questionando padrões impostos por uma sociedade machista.
Compreendendo que essa luta não é de agora, a Websérie e personagem principal levam o nome de Punho Negro fazendo uma analogia ao punho cerrado dos Panteras Negras, símbolo de enfrentamento e resistência. Punho Negro é mais que uma websérie sobre heróis, é um retrato do cotidiano de muitas mulheres reais usando como pano de fundo esse universo do super-herói, tão presente nos dias atuais.
A websérie Punho Negro é idealizada e produzida em Salvador, através do Coletivo Êpa filmes – coletivo independente – que desde de 2012 atua no cenário audiovisual. O coletivo está buscando maneiras de financiar a sua produção, procurando parceiros e apoiadores que possam colaborar com esta iniciativa.
Veja aqui o primeiro episódio da série:
Você gosta do conteúdo do nosso blog? Nós queremos fazer um site ainda melhor!
Falar sobre questões de gênero, machismo, racismo, lgbtfobia, entre outros temas que normalmente abordamos não é fácil. Fomentar essas discussões significa sair de uma zona de conforto e questionar o que nos é dado como certo e imutável. Esses temas são normalmente negligenciados pelos grandes veículos de comunicação, por isso é imprescindível que possamos dar espaço para uma parcela da população que não é representada nesses setores.
Nós acreditamos na força da informação e do diálogo educativo como instrumentos para atingir a emancipação feminina. Você também? Então apoie nossa campanha e nos ajude a trazer mais conteúdo de qualidade, colaborativo e crítico.

Comentários