Empoderamento coletivo: Livro reúne histórias de mulheres viajantes
- Louise Palma
- 26 de fev. de 2018
- 5 min de leitura
Sete mulheres, cada uma viajando – sozinha – por um canto diferente, compartilham suas histórias

Há tempos eu escuto que deveria escrever minhas histórias de viagem, mas entre anotações pessoais e algumas publicações no meu site, eu nunca levei muito a sério o projeto de ser escritora de viagem. Sabe como é… Nessa correria da vida, o que demanda tempo e não paga boletos acaba ficando em segundo plano. Ainda assim, a vontade permaneceu aqui porque dividir minhas experiências de viajante sempre foi uma forma de incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo. Principalmente as mulheres.
A grande maioria das minhas amigas fica boquiabertas quando me ouve contar que eu já viajei sozinha várias vezes, que já tinha pegado carona e que dormir na casa de desconhecidos é alternativa de acomodação quando a grana está curta. "Você é louca!" e "Com certeza te roubaram um rim" são algumas das frases que eu ainda ouço quando conto algumas das situações que passei na companhia da minha mochila. Porém, cada vez que eu compartilho uma dessas histórias, sinto que consigo abrir caminhos para que a minha ouvinte perceba que é, sim, possível viajar sozinha e que o fato de ser mulher não deve ser uma barreira na vontade de ir e vir.
Quando o Zizo Asnis, fundador da editora O Viajante, publicou em um grupo do Facebook que estava em busca de mulheres que viajaram sozinhas e tinham boas histórias para compartilhar, eu logo achei que essa poderia ser uma boa oportunidade de falar para mais gente. Poderia ser a chance de contar uma boa história e encorajar outras mulheres, através da minha experiência. O que eu não imaginava, no início do nosso papo, era que o projeto viraria um livro escrito a 14 mãos, femininas e empoderadas, que não se intimidaram diante da chance de cair na estrada sozinhas.
"Bravas viajantes" será lançado no dia 8 de março, data oportuna para fazer coro e lembrar que toda mulher pode e deve viajar sozinha, se tiver vontade. No livro, eu relato uma viagem que fiz em 2010, quando percorri cinco cidades na Alemanha ao longo de 14 dias. Na época, eu estava morando na Espanha por conta de um intercâmbio acadêmico e decidi partir sozinha porque meu objetivo era assistir a um festival e eu não tinha companhia.
Com o meu orçamento de estudante, isso só foi possível porque eu peguei carona usando um site de viagens compartilhadas, que oferece trajetos muito mais em conta que os transportes tradicionais, e fiz couchsurfing, prática em que anfitriões locais disponibilizam seu sofá para receber viajantes, sem receber nada por isso. Foi a primeira vez que eu me aventurei completamente sozinha e, não é porque eu estava viajando pela Alemanha, país "de primeiro mundo", que eu estava 100% segura.
Quando se é mulher, uma viagem-solo sempre exige mais cuidados, independentemente do destino. Se nós tememos pela nossa segurança física todos os dias, no nosso cotidiano, apenas pelo fato de sermos mulheres, imagina quando estamos longe de casa e de pessoas conhecidas. Que a atenção seja dobrada, triplicada, mas que nosso gênero não seja limite para nada. Viajar – não importa para onde – amplia a visão de mundo, nos tira da zona de conforto, faz com que o nosso olhar sobre o outro se torne mais empático.
E, ouvir histórias de mulheres que viajam ou esbarrar com elas pelo caminho, nos empodera, nos fortalece, nos encoraja. Eu fui valente para ir sozinha para a Alemanha e alguns outros países europeus, mas não sei se teria a coragem da Tamy, que desbravou seis países africanos pouco visitados por turistas, ou da Gabriella, que viajou sozinha pelo Sudeste Asiático. Porém, só de saber que essas bravas viajantes estão espalhadas por aí, ganhando todos os cantos do mundo, a vontade de arrumar a mochila de novo já cresce. Vamos juntas?
Lançamentos e eventos:
São Paulo: lançamento 8/3 (local a confirmar – 19h) - palestra 9/3 (FNAC Pinheiros – 19h) Rio de Janeiro: lançamento 12/3 (Espaço Oito e Meio, Flamengo – 19h) - palestra 13/3 (local a definir – 19h).
Sobre o livro Bravas viajantes – histórias de sete mulheres se aventurando sozinhas por sete cantos do mundo
Samantha aventurou-se nas trilhas e cachoeiras da Chapada Diamantina, na Bahia, descobrindo mais sobre si e seu corpo. Gabi foi de ônibus ao ponto mais ao sul do continente americano, na Patagônia argentina, superando medos e inseguranças. Danieli, deficiente visual, embarcou para Nova York a fim de conhecer e treinar seu cãoguia. Louise ansiava por assistir a shows de rock na Alemanha, e para isso viajou de carona e dormiu em sofás de desconhecidos. Gabriella explorou a Tailândia, o Vietnã, o Laos e o Camboja, onde teve encontros memoráveis com outras mulheres. Priscilla fez um intercâmbio na Austrália, encarando trabalhos bizarros para se manter por lá. Tamy demonstrou ser uma verdadeira expedicionária ao ir do Quênia à África do Sul, passando Tanzânia, Zimbábue, Botsuana e Namíbia. E assim, no Brasil, na América do Sul, na América do Norte, na Europa, na Ásia, na Oceania e na África, essas bravas mulheres percebem a força que têm e comprovam onde é o lugar delas: no mundo.
O momento não poderia ser mais oportuno para um livro como esse. Cada vez mais se fala de empoderamento feminino, desigualdades de gênero e movimentos feministas. As mulheres, no Brasil e no mundo, estão mostrando que não há limites do que elas podem fazer e até onde elas podem ir. Viajar sozinha, por exemplo, muitas vezes é visto com preconceitos ou descabidas preocupações.
Nesse cenário, a Editora O Viajante tem o prazer de lançar o livro Bravas Viajantes, que celebra sete mulheres que se aventuraram sozinhas por sete cantos do mundo, em sete histórias que devem incentivar outras mulheres (e homens também) a fazer o mesmo. A obra – editada pelo autor de guias de viagem Zizo Asnis e com prefácio da apresentadora de TV Didi Wagner – será lançada no dia 8 de março, não coincidência, Dia Internacional da Mulher.
As autoras
Samantha Chuva, 26 anos, jornalista, mineira, mora em São Paulo. Gabi Raposo, 31 anos, jornalista fluminense, hoje mora na França. Danieli Haloten, 37 anos, jornalista e atriz, paranaense, mora em Curitiba; tornou-se a primeira atriz cega do mundo a atuar em uma novela, Caras & Bocas, da Globo. Louise Palma, 31 anos, jornalista, carioca, hoje mora em Portugal e já foi apresentadora web do canal Multishow. Gabriella Morena, 34 anos, psicóloga, fluminense, morou 26 anos em Minas e hoje vive no Rio. Priscilla Cassioli de Moraes, 33 anos, funcionária pública, paulista, mora em Itanhaém, litoral sul de São Paulo. Tamy Rosele Penz, 35 anos, publicitária, gaúcha, mora em São Paulo.
A editora
O Viajante – Trilhos e Montanhas, editorada fundada no ano 2000 (e pioneira no turismo na internet com o site oviajante.com, desde 1999), é especializada em guias de viagem, responsável pelos best-sellers Guia Criativo para O Viajante Independente na Europa e na América do Sul, conhecidos como as “bíblias do viajante brasileiro” e que, juntos, já ganharam 17 edições e venderam mais de 300 mil exemplares. Já lançou guias específicos para o Chile, a Argentina, o Uruguai, Londres e também publica livros do gênero literatura de viagem, como seu mais recente lançamento, Bravas Viajantes.

Título: Bravas viajantes – histórias de sete mulheres se aventurando sozinhas por sete cantos do mundo
Editora: O Viajante
Autoras: Samantha Chuva, Gabi Raposo, Danieli Haloten, Louise Palma, Gabriella Morena, Priscilla Cassioli de Moraes e Tamy Rosele Penz
ISBN: 978-85-87896-22-3
Gênero: Viagem
Número de páginas: 312
Formato: 12,5 x 19,5cm
Preço de capa: R$ 39,90
Venda: livrarias Saraiva, Cultura, Fnac, Leitura, Curitiba, Travessa, entre outras, e pelo site www.oviajante.com
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