top of page

Pílula anticoncepcional pode estar alterando a estrutura física do cérebro

  • Justine Alford
  • 15 de jun. de 2015
  • 2 min de leitura

*Texto originalmente publicado no site "IFL Science!".


Com cerca de 100 milhões de usuárias no mundo, a pílula anticoncepcional é um método contraceptivo muito popular entre as mulheres. Sem dúvida, ela ajudou a revolucionar os métodos anticoncepcionais, e a maioria das usuárias se diz satisfeita, mas aparentemente ela também pode causar efeitos colaterais indesejáveis. Por exemplo, muitos estudos mostraram que seu uso está associado a efeitos metabólicos e emocionais, e uma pesquisa também descobriu que ela influenciaria a escolha afetiva da mulher.


Agora uma nova pesquisa está ajudando a provar que a pílula pode estar associada a alterações neurológicas, com a descoberta de que contraceptivos orais estão relacionados ao afinamento de duas regiões do cérebro, possivelmente alterando suas funções.


Para este estudo, cientistas da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), analisaram 90 mulheres, das quais 44 estavam usando pílulas anticoncepcionais, enquanto outras seguiam o ciclo natural. O interesse dos pesquisadores era comparar o afinamento e o volume de diferentes regiões do cérebro que fazem parte de duas redes: a rede de saliência e a rede neural de modo padrão. A primeira serve para classificar todos os estímulos internos e internos que recebemos, como dor ou um ruído distante, a fim de identificar o mais relevante para orientar o comportamento. A segunda é mais ativa quando estamos em repouso, por exemplo, quando sonhamos acordadas ou pensamos no futuro.


Segundo o Human Brain Mapping [Mapeamento do cérebro humano], os pesquisadores descobriram que duas regiões específicas (o córtex orbitofrontal lateral e o córtex cingulado posterior) tendem a afinar em pessoas que tomam pílulas anticoncepcionais. O córtex orbitofrontal lateral nos ajuda a regular emoções, e acredita-se que ele permite adaptar nosso comportamento em resposta a recompensas ou adversidades, enquanto o córtex cingulado posterior nos ajuda a avaliar nossos estados interiores. Os pesquisadores disseram ao Huffington Post que as mudanças no primeiro poderiam ajudar a explicar por que algumas mulheres sofrem efeitos colaterais emocionais, como ansiedade e depressão, ao iniciar com a pílula.


Embora o estudo não possa provar se as pílulas anticoncepcionais estão causando essas alterações na morfologia do cérebro ou se estão apenas indiretamente ligadas a elas, as descobertas são interessantes porque desmentem um estudo mais antigo. Em 2010, cientistas registraram que mulheres que tomaram contraceptivos hormonais tinham diversas regiões corticais maiores do que as de mulheres que não usavam anticoncepcionais. Mais uma vez, algumas dessas regiões ajudam a regular as emoções.


De acordo com o site Medical News Today, considerando que os hormônios sexuais, como o estrogênio, influenciam o cérebro e o sistema nervoso, é provável que os contraceptivos hormonais possam exercer efeitos colaterais sobre essas partes do corpo. Dito isso, não se sabe ao certo se as alterações observadas até agora são permanentes ou desaparecem quando a mulher para de tomar a pílula. Além disso, não sabemos se as pílulas anticoncepcionais estão causando mudanças de comportamento ou cognição, e é por isso que são necessários mais estudos.


Traduzido por Elen Canto.

コメント


Comentários

leia também:

bottom of page