top of page

Cegos e Surdos: anestesiados no conforto estabelecido pelo patriarcado

  • por Evelin Vigil
  • 28 de fev. de 2015
  • 3 min de leitura

Dentro de sua classe, eles lapidam sua intransigência, juntamente com seus privilégios. Por conseguinte, estatizam- se dentro deste cenário que os aprisiona e os cega. E em virtude disso, seguem afogados no individualismo, o qual é fortemente refletido em suas relações sociais e amorosas, potencializando a relação de poder entre os gêneros. Tornou-se um costume dessa classe, invalidar ou distorcer as sabias palavras vindas de nós, mulheres, bem como, desviar e transformar um contexto pronunciado/ denunciado em outro. E ainda por cima nos ofender e nos agredir?


Então, venho avisar- lhes que não estamos na defensiva, estamos na luta dia após dia. A união feminista nos resguarda, a sororidade é nosso alicerce. Fazemos de nossas dores, luta! Compreendam que vocês, homens, não são protagonistas da nossa luta. A veracidade dessa luta histórica, a qual já nos trouxe inúmeras conquistas, foi provinda da determinação e garra, de nós mulheres. Saiba que os atos e pronunciamentos machistas serão denunciados e compartilhados com nossas irmãs, sejam eles vindos da direita ou esquerda, de cima ou de baixo, nenhum ato machista irá passar despercebido, pois estamos atentas.


Desconstrua-se machista, reconstrua- se. Apoie a luta. Exercite a capacidade de enxergar esse problema monstro que hierarquiza os gêneros, causando grandes infortúnios errôneos na conduta desses indivíduos manejados apenas com o propósito de repercutir essa hierarquização na sociedade e manter essas estruturas no ambiente de trabalho, do lar e dos relacionamentos. No trabalho, além da questão salarial e assédio, a opressão também se manifesta igualmente na forma que ocorre no lar, através dos atos e palavras, que passam despercebidos pela naturalização dos mesmos. No lar, tristemente e frequentemente é visto em forma de violência doméstica, afinal, seguem a estupidez de pensar que são donos da casa e que lá "ninguém pode meter a colher”. MESMO? Pois nós metemos até mais de uma colher se precisar. Por isso, é imprescindível identificar e expor esses comportamentos errôneos, absurdos e sem cabimento algum, vamos manter firmemente nossa comunicação para alertarmos nossas irmãs, formando uma rede de alerta e conscientização.


Com clareza digo que esse problema repugnante que é o machismo, está diante de todos nós há séculos, afetando a cultura, a formação pessoal e consequentemente esparramando- se nas ações com outrem. Sendo assim volto a retomar, homens ainda adestrados: desconstrua-se já. Solte as amarras doutrinárias que te fazem de fantoche desse sistema. Reconstrua- se machista! Diante dessa sociedade, a qual nós sabemos, já está bem adoecida tratando- se dessa questão de privilégios dos homens, o machismo vem se transbordando em todos os lados. A cada passo que dou eu o vejo: na objetificação de nossos corpos, nas privatizações de nossa liberdade, na repressão de nossa sexualidade ou então na invalidação de nossas ideias, somente para validar as mesmas vindas de um homem. Sinto a repressão geradora da raiva, e a cada assédio sofrido, se intensifica. Esse sistema falido, ainda mantido por essa naturalização de muitas atitudes como - as ditas piadas - e inclusive nas formas de se expressar, se portar, na maioria das vezes pensa estar conseguindo camuflar essa relação de poder existente dentro do patriarcado. Lutemos contra o patriarcado! Em contrapartida, lutemos também a cada tentativa de um veto no empoderamento das mulheres, não somente o empoderamento individual, como também na esfera coletiva do nosso movimento como um todo, eu realmente transformo (o veto) em raiva e assim vou metamorfoseando a raiva em ódio.


Ódio? Sim, ódio! Não acho forte, e não devemos criticar nossas irmãs dizendo que é radical, ou que o ódio é um sentimento muito forte, visto que, forte sou eu, forte somos todas nós mulheres, que passamos por inúmeras situações de opressão onde a classe dos homens ainda esmaga nossa voz, tenta nos intimidar e fingir que nós não estamos aqui. Ledo engano, nós seguimos na luta firmes e resistentes com nossas pautas, pelo fim do patriarcado, dessa misoginia que nos ataca cotidianamente, pelo fim do sexismo, inerente na sociedade. Nós, mulheres, somos fortes, e vocês fazem parte do significado dessa palavra para mim! O ódio é uma forma de defesa contra essa significativa opressão efetuada sobre nós. União sim, sem separatismos de vertentes feministas. Juntas nós somos melhores. Enfim, deixo um último informe para os machistas, esses cegos e surdos diante da brutalidade do sistema que acarreta essa forte tentativa de inferiorizar as mulheres, como também o nosso movimento feminista.


Vocês não têm vez, e não terão voz, machistas não passarão. De cegos e surdos, passem a ser mudos também.Sou feminista e não me calo. Seguiremos firmes na luta sempre!


mafalda.jpg


Comments


Comentários

leia também:

bottom of page