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Homens, cresçam!

  • Foto do escritor: naomekahlo
    naomekahlo
  • 23 de fev. de 2015
  • 2 min de leitura

Um tempo atrás publicamos em nossa página do Facebook essa imagem abaixo. Basicamente, uma nota de um colégio dizendo para as meninas adequarem seu vestuário ao comportamento dos meninos, não o contrário.

colegio.jpg

Assim, as meninas do colégio Paulo Freire não podem de usar as roupas que gostariam pelo motivo de: homem. Seus corpos estão em desenvolvimento, logo chamando atenção de homens. Mais um caso entre muitos do tipo, normalmente creditados na infantilidade dos meninos da idade.


Mas histórias desse tipo não param na época da escola. Vou contar uma história que aconteceu comigo uns anos atrás, quando ainda era estagiária de um escritório de advocacia.


Estava usando uma saia, mais ou menos como essa da foto, de cumprimento parecido também. Com terno, salto alto, enfim, completamente normal, ao meu ver.

saia tubinho.jpg

E fui, assim, para o Superior Tribunal de Justiça, como ia sempre, assistir julgamentos. Estava na fila pra entrar no prédio, quando um segurança me olha de cima a baixo e me pára. O que segue foi uma série de constrangimentos que, nossa, espero que ninguém passe.


Ele me disse que minha saia estava muito curta e que eu não poderia entrar. Sim, a fashion police do STJ. Eu comecei a entrar em desespero, a sessão ia começar, eu tinha que acompanhar o julgamento. Imagina eu voltando pro meu chefe pra falar que não consegui assistir o julgamento por causa da minha saia?! Ia enfiar minha cara aonde?


Eu disse isso tudo e o segurança falou que chamaria seu supervisor. Daí aconteceu a coisa mais bizarra que eu já passei em um ambiente de trabalho. Veio um cara para analisar se minha saia estava longa o suficiente ou não! Exatamente isso: ele parou na minha frente e ficou encarando minhas pernas. Tive até que dar uma voltinha pra ele conferir tudo.


Depois, ele deixou eu entrar com a condição que não voltasse mais a usar a tal saia pra ir ao STJ. Pasmem.


Evidentemente, achei tudo aquilo um absurdo. O pior: a análise é tão subjetiva que já havia usado a mesma saia pra ir ao mesmo local no STJ e não tive problema algum.


A situação do colégio Paulo Freire e do STJ é a mesma. Ao invés de termos homens menos babacas e mulheres com a roupa que quiserem, preferem o oposto. Se colégios como esse esperam que os meninos cresçam para que esse tipo de coisa não seja necessária, a história do STJ está aí pra provar que não, homens não crescem. Ou melhor, crescem pra continuar policiando mulheres aonde vão. Devem ter aprendido isso na escola.


homem_cresça.png

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