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Sobre Revenge Porn e Slut Shaming: Somos Todas Paloma

  • por Bruna Leão
  • 30 de dez. de 2014
  • 2 min de leitura


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Revenge porn nada mais é que a publicação de imagens ou vídeos íntimos de uma mulher sem a sua autorização. Slut shaming é o ataque ou culpabilização feito, publicamente ou não, à mulher que expressa sua sexualidade de uma forma que não corresponda às expectativas patriarcais da sociedade, o que se segue é a classificação dessa mulher como “puta”, “vadia”, etc. São, portanto, ambos expressões de uma cultura machista e andam juntos.


Os efeitos disso são bastante graves tanto para as meninas vítimas de tais atos quanto para as mulheres em geral.

Francielly, uma vendedora de 19 anos, teve um vídeo, em que aparece nua compartilhado na internet sem sua autorização. Embora seja vítima, Fran, como ficou conhecida, teve que abandonar o trabalho em uma loja e mudar toda a sua rotina. Outro caso famoso foi de Thamiris, estudante de 21 anos, que também passou a viver de forma mais reclusa após ter uma foto nua divulgada na rede. Outros casos, porém, foram mais trágicos: o de Júlia, 17 anos, e de Giana, 16, que cometeram suicídio após a divulgação dos vídeos em que foram expostas.


Agora mais uma menina está sendo vítima de machistas escondidos atrás de uma tela do computador e do smartphone: Paloma. Seu caso desencadeou o apoio, mais uma vez, de nós, feministas, que cansamos de discutir os efeitos nocivos das atitudes machistas, irresponsáveis e criminosas de homens que, por uma desilusão amorosa ou o que for, resolvem expor suas ex-companheiras na internet. Paloma, assim como Fran, Thamiris, Júlia, Giana e milhares de outras mulheres tiveram suas vidas devastadas enquanto os responsáveis por tais atos permanecem anônimos, seguem sua vida tranquilamente e, pior, contam com uma legislação ineficiente para responsabilizá-los criminalmente.


E porque revenge porn e slut shaming é também nocivo à todas as mulheres? Porque esse tipo de atitude também molda discursos envolvendo estupro, abusos e outras formas de violência contra a mulher.

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A resposta social a esses vídeos vazados são, mais uma vez, a culpabilização da vítima: “porque ela filmou o vídeo se não queria que fosse vazado?”, “não se deu o respeito”, xingamentos dos mais variados, etc. Não por acaso é o mesmo tipo de discurso dirigido à vítimas de estupro, assédio, entre outras formas de violência. É mais uma forma de controle social sobre o corpo e a sexualidade da mulher. Quando a mulher não se comporta de acordo com esses parâmetros, está justificada a violência contra ela.

O peso de terem suas vidas expostas publicamente, de serem alvos de todo tipo de ataques, dos danos psicológicos que sofrem, os danos físicos que sofrem, a dor, a angústia... tudo isso faz com que nos revoltemos contra esse tipo de atitude. Dizemos e diremos sempre: NÃO PASSARÁ!



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